
CRO/SC 15297
Ronco e Apneia Obstrutiva do Sono
Ronco e Apneia Obstrutiva do Sono em ADULTOS
1. O Que é a Apneia Obstrutiva do Sono?
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é uma condição caracterizada por episódios repetidos de bloqueio parcial (hipopneia) ou total (apneia) das vias aéreas superiores enquanto a pessoa dorme. Apesar do bloqueio, o indivíduo continua fazendo esforço para respirar. Esse padrão de interrupção respiratória leva a três consequências imediatas e muito importantes: a redução do oxigênio no sangue (dessaturação da oxihemoglobina), despertares frequentes que fragmentam o sono e uma sonolência excessiva durante o dia. É importante notar que a presença de 15 ou mais eventos respiratórios por hora, mesmo na ausência de sintomas relatados, também é suficiente para o diagnóstico da SAOS devido à associação com consequências graves, como o aumento do risco de doenças cardiovasculares.
O diagnóstico clínico da SAOS é baseado em um conjunto de sintomas característicos, que podem ser divididos em três categorias principais:
-
Sintomas Diurnos:
-
Sonolência diurna excessiva.
-
Sensação de que o sono não foi reparador.
-
Fadiga ou insônia.
-
-
Sintomas Noturnos:
-
Acordar subitamente com sensação de engasgo ou asfixia.
-
-
Relatos de Terceiros:
-
O(A) companheiro(a) frequentemente relata ronco alto e observa pausas na respiração durante o sono da pessoa.
-
Agora que entendemos o que é a SAOS e seus principais sintomas, é importante saber quem tem maior probabilidade de desenvolvê-la.
2. Fatores de Risco e Prevalência: Quem é Mais Afetado?
A SAOS é uma condição comum, mas certos fatores aumentam significativamente o risco de uma pessoa desenvolvê-la. A combinação de características físicas, hábitos de vida e outras condições de saúde pode predispor um indivíduo a ter obstruções das vias aéreas durante o sono.
Abaixo, os principais fatores de risco e explica por que eles contribuem para o desenvolvimento da SAOS:
-
Idade e gênero: Estudos mostram que a SAOS é mais frequente em homens e em pessoas com idade acima dos 50 anos.
-
Peso e medidas corporais: O Índice de Massa Corpórea (IMC) aumentado e a circunferência do pescoço maior que 40 cm (em homens) são os principais preditores da condição, pois o excesso de tecido adiposo pode estreitar as vias aéreas.
-
Alterações craniofaciais e anatômicas: A hipoplasia (desenvolvimento insuficiente) da maxila ou da mandíbula, assim como alterações no formato do palato mole, da úvula ou o aumento das tonsilas (amígdalas), podem reduzir o espaço para a passagem de ar.
-
Hábitos de vida: O consumo de álcool, especialmente antes de dormir, causa relaxamento (hipotonia) dos músculos da garganta, facilitando o colapso. O tabagismo provoca inflamação crônica nas vias aéreas, podendo agravar a obstrução.
-
Outras condições: Condições como o refluxo gastroesofágico (RGE) e alterações hormonais (hipotireoidismo e menopausa) estão associadas a um maior risco de desenvolver SAOS.
A prevalência da SAOS é alta, sendo consistentemente maior em homens, obesos e idosos. Um importante estudo epidemiológico realizado na cidade de São Paulo, que utilizou a polissonografia (exame padrão para diagnóstico) em uma amostra da população geral, encontrou uma prevalência de 32,8%, reforçando o quanto essa condição é comum e muitas vezes subdiagnosticada. Diante de uma condição tão prevalente, surge a pergunta: quais são as consequências de não tratar a apneia do sono?
3. As Consequências da SAOS Não Tratada
Longe de ser apenas um "ronco barulhento", a SAOS não tratada é hoje considerada um fator de risco independente para diversas doenças graves. Seus efeitos vão muito além do cansaço diurno, devendo ser vista como uma condição sistêmica que afeta o corpo inteiro.
As principais consequências da apneia do sono não tratada incluem:
-
Doenças Cardiovasculares: A SAOS é um fator de risco independente para a hipertensão arterial sistêmica (HAS). Além disso, as quedas repetidas de oxigênio e os despertares constantes sobrecarregam o coração, contribuindo para arritmias (como a fibrilação atrial), acidente vascular cerebral (AVC) e doença coronariana.
-
Alterações Metabólicas: Existe uma forte associação independente entre a SAOS e componentes da síndrome metabólica. A condição também predispõe à resistência à insulina, um precursor do diabetes, embora a relação de causalidade direta com o diabetes tipo 2 ainda seja debatida por especialistas.
-
Problemas Neurocognitivos: A fragmentação do sono e a falta de oxigenação adequada afetam o cérebro, causando sonolência excessiva, redução do estado de alerta, déficit de memória e prejuízo geral da função cognitiva. Essa combinação aumenta drasticamente o risco de acidentes automobilísticos e de trabalho.
-
Aumento da Mortalidade: Estudos epidemiológicos de longa duração, como o Wisconsin Sleep Cohort, demonstraram de forma conclusiva que pacientes com SAOS acentuada que não recebem tratamento têm um risco de mortalidade por todas as causas significativamente maior em comparação com a população geral.
Essas graves consequências ressaltam a importância de um diagnóstico preciso, que é o primeiro passo para um tratamento eficaz.
4. Como a SAOS é Diagnosticada?
O diagnóstico da SAOS se baseia em dois pilares fundamentais: a avaliação dos sinais e sintomas clínicos relatados pelo paciente (e muitas vezes por seu parceiro) e os achados de exames objetivos que monitoram a respiração durante o sono.
-
Polissonografia (PSG) em Laboratório: Este é o método padrão-ouro ("padrão de referência") para o diagnóstico. O paciente passa uma noite em um laboratório do sono, onde diversos sinais fisiológicos são monitorados continuamente por um técnico. Os sensores registram a atividade cerebral (estágios do sono), o fluxo de ar pelo nariz e boca, o esforço respiratório, os níveis de oxigênio no sangue, a frequência cardíaca, entre outros parâmetros.
-
Monitorização Domiciliar: Existem equipamentos portáteis (classificados como tipo II, III ou IV) que permitem realizar o exame no conforto da casa do paciente. Essa opção é geralmente indicada para pacientes com alta probabilidade clínica de SAOS e que não possuem outras doenças complexas associadas (como doença pulmonar grave ou insuficiência cardíaca).
Com base nos resultados desses exames, a gravidade da SAOS é classificada de acordo com o Índice de Apneia e Hipopneia (IAH), que representa o número de eventos respiratórios por hora de sono.
Leve: IAH entre 5 e 15 eventos/hora. A sonolência diurna ou episódios de sono involuntários ocorrem durante atividades que requerem pouca atenção.
Moderada: IAH entre 15 e 30 eventos/hora. A sonolência ou os episódios involuntários do sono ocorrem durante atividades que requerem alguma atenção.
Grave: IAH acima de 30 eventos/hora. A sonolência diurna ou os episódios de sono involuntários ocorrem durante atividades que requerem maior atenção.
Uma vez que o diagnóstico e a gravidade são estabelecidos, existem diversas formas de tratar a SAOS e devolver a qualidade de vida ao paciente.
5. Opções de Tratamento para a SAOS
O tratamento da SAOS é multifacetado e visa não apenas eliminar as pausas respiratórias, mas também melhorar a qualidade de vida, reduzir a sonolência diurna e, crucialmente, diminuir o risco cardiovascular associado à doença. As opções variam desde mudanças no estilo de vida até o uso de aparelhos e procedimentos cirúrgicos.
5.1. Medidas Comportamentais e de Estilo de Vida
Para muitos pacientes, especialmente nos casos mais leves, a adoção de novos hábitos é o primeiro e mais importante passo:
-
Perda de Peso: É uma medida essencial para pacientes com sobrepeso e obesidade, pois a redução da gordura corporal, especialmente na região do pescoço, pode diminuir significativamente a gravidade da SAOS.
-
Exercício Físico: Além de auxiliar na perda de peso, a atividade física regular melhora a função pulmonar e a qualidade geral do sono.
-
Terapia Posicional: Indicada para pacientes cujos eventos respiratórios ocorrem predominantemente quando dormem de barriga para cima (posição supina). Dispositivos simples podem ajudar a manter o paciente dormindo de lado.
-
Evitar Álcool e Sedativos: Essas substâncias relaxam a musculatura da garganta, o que piora o colapso das vias aéreas e agrava a apneia.
-
Cessar o Tabagismo: O fumo causa inflamação nas vias aéreas, o que pode estreitá-las e piorar a condição.
5.2. Terapia com Pressão Positiva (CPAP)
O CPAP (Aparelho de Pressão Aérea Positiva Contínua) é considerado a principal e mais eficaz opção de tratamento para a SAOS moderada a grave. Seu funcionamento é simples e engenhoso: o aparelho gera um fluxo de ar contínuo que é enviado através de uma máscara (nasal ou oronasal) para o paciente. Essa pressão positiva funciona como um "suporte pneumático", mantendo a via aérea aberta e impedindo que ela se feche durante o sono.
Os principais benefícios do CPAP incluem:
-
Reduz eficazmente os eventos respiratórios (IAH).
-
Melhora a sonolência diurna e a qualidade de vida.
-
Pode ajudar no controle da hipertensão arterial.
Existem variações do aparelho, como o APAP (que ajusta a pressão automaticamente) e o Binível (que usa pressões diferentes para inspiração e expiração), mas o CPAP convencional é geralmente a primeira escolha devido à vasta experiência clínica e ao menor custo.
5.3. Aparelhos Intraorais (AIO)
Os Aparelhos Intraorais, especialmente os de avanço mandibular, são dispositivos feitos sob medida por dentistas especializados. Eles se encaixam nos dentes, de forma semelhante a um protetor bucal, e funcionam reposicionando a mandíbula ligeiramente para a frente. Esse movimento aumenta o espaço na parte de trás da garganta, ajudando a manter a via aérea aberta.
Os AIOs são mais indicados para pacientes com ronco primário e SAOS de grau leve a moderado. Embora estudos mostrem que o CPAP é mais eficaz na redução do IAH, muitos pacientes preferem os AIOs por serem menos invasivos, o que pode levar a uma melhor adesão ao tratamento a longo prazo.
5.4. Tratamentos Cirúrgicos
A cirurgia é uma opção para casos específicos, geralmente quando outras terapias falham, não são toleradas ou quando há uma alteração anatômica claramente identificável que possa ser corrigida.
-
Cirurgias Nasais: Procedimentos como a septoplastia (correção do desvio de septo) não curam a SAOS por si sós, mas ao melhorar a obstrução nasal, podem facilitar a adaptação e o conforto do paciente ao CPAP.
-
Cirurgias Faríngeas (garganta): Técnicas como a uvulopalatofaringoplastia (UPFP) visam remover o excesso de tecido do palato mole e da úvula para ampliar o espaço na garganta. Os resultados desses procedimentos são variáveis.
-
Cirurgias Craniofaciais: O Avanço Maxilomandibular (AMM) é um procedimento mais complexo, porém altamente eficaz. Ele avança cirurgicamente a maxila e a mandíbula, aumentando permanentemente todo o espaço das vias aéreas. É indicado para SAOS moderada e grave, especialmente em pacientes com deformidades faciais associadas.
Fonte: Associação Brasileira do Sono - ABSono
Aparelhos intra-orais de avanço mandibular para o controle do Ronco e da Apneia Obstrutiva do Sono












Ronco e Apneia Obstrutiva do Sono em CRIANÇAS
Se o sono do seu filho é marcado por roncos altos, pausas na respiração e agitação, você não está sozinho. Muitos pais se preocupam com esses sinais. Então vamos transformar sua preocupação em conhecimento e ação, mostrando que a Apneia Obstrutiva do Sono é uma condição compreensível e, mais importante, tratável.
1. O Que é a Apneia do Sono e Por Que Ela Importa?
O que exatamente acontece durante o sono? A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) em crianças é um distúrbio da respiração que ocorre durante o sono. Ela é caracterizada por um bloqueio parcial prolongado ou um bloqueio completo intermitente da via aérea superior. Essencialmente, a passagem de ar na garganta fica temporariamente obstruída, fazendo com que a criança pare de respirar por alguns segundos, repetidamente. Essas pausas atrapalham a ventilação normal e fragmentam o sono, impedindo o descanso reparador que é crucial para o crescimento e desenvolvimento.
1.2. Quão Comum é a SAOS em Crianças?
A SAOS é uma condição relativamente comum e, por isso, merece nossa atenção. Estudos indicam que a prevalência da apneia do sono na população pediátrica geral varia de 1% a 5%. Isso significa que na sala de aula do seu filho, é provável que pelo menos uma criança sofra com essa condição.
Compreender o que é a SAOS e sua prevalência nos leva a uma pergunta fundamental: o que causa esse distúrbio e quem são as crianças mais vulneráveis?
2. Fatores de Risco: Quem Está Mais Vulnerável?
Embora qualquer criança possa desenvolver SAOS, alguns fatores aumentam consideravelmente o risco. Identificá-los é o primeiro passo para um diagnóstico precoce e eficaz.
2.1. O Papel Central da Obesidade
A obesidade é reconhecida como um fator de risco independente e muito significativo para a SAOS em crianças. A relação é tão forte que estudos mostram que a obesidade pode aumentar o risco de ronco habitual (um sintoma chave da SAOS) de duas a quatro vezes.
O acúmulo de gordura, especialmente ao redor do pescoço, pode estreitar fisicamente as vias aéreas, tornando-as mais propensas ao colapso durante o relaxamento muscular do sono. É importante notar que a circunferência da cintura pode ser um indicador mais revelador do que o IMC isoladamente para prever a gravidade da SAOS.
2.2. Outros Fatores de Risco a Serem Observados
Embora a obesidade seja um fator central, outros elementos também aumentam a vulnerabilidade de uma criança à SAOS:
-
Hipertrofia Adenotonsilar: Este é o nome técnico para o aumento das amígdalas e da adenoide. Essa condição é a causa mais comum de SAOS em crianças, pois o tecido aumentado pode obstruir fisicamente a passagem de ar na parte de trás da garganta.
-
Anormalidades Nasais: Problemas que dificultam a respiração pelo nariz também podem aumentar o risco de a criança desenvolver SAOS. Esses dois fatores, fazem a criança respirar pela boca, sendo um fator de risco para o desenvolvimento de deformidades craniofaciais, como palato ogival, e maloclusões dentárias.
-
Etnia: Estudos indicam que crianças pertencentes a minorias étnicas apresentam um risco aumentado para a condição.
-
Prematuridade: Ter nascido prematuramente também foi identificado como um fator que aumenta a vulnerabilidade da criança à SAOS.
-
Entender esses fatores de risco é crucial, pois as consequências da SAOS não tratada podem afetar profundamente a vida da criança.
3. As Consequências da SAOS Não Tratada
Quando o sono é constantemente interrompido e o corpo não recebe oxigênio suficiente, múltiplos sistemas podem ser afetados, desde o cérebro até o coração.
3.1. Impacto no Cérebro, Comportamento e Aprendizado
O sono de má qualidade impacta diretamente o cérebro em desenvolvimento. As consequências neurocognitivas podem ser sérias e, muitas vezes, são os primeiros sinais que os pais e professores notam.
-
Dificuldades de Aprendizagem e Desempenho Escolar: A SAOS está associada a déficits na inteligência geral, no desempenho escolar geral e, especificamente, em habilidades matemáticas. A criança pode parecer desinteressada ou ter dificuldades para acompanhar a turma.
-
Problemas de Atenção e Comportamento: Muitas crianças com SAOS apresentam sintomas que podem ser confundidos com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), como falta de atenção, hiperatividade e até mesmo agressividade.
-
Déficits de Memória e Funções Executivas: Habilidades cognitivas superiores, como a memória, o controle de impulsos, o planejamento e o pensamento analítico (conhecidas como funções executivas), podem ser prejudicadas, dificultando a organização e a resolução de problemas no dia a dia.
A boa notícia é que há esperança. Estudos mostram que o tratamento eficaz da SAOS leva a uma melhora significativa no comportamento, na atenção e, muito provavelmente, nas habilidades cognitivas, permitindo que seu filho recupere o foco na escola e a alegria nas brincadeiras.
3.2. Riscos para a Saúde Cardiovascular
As pausas respiratórias e as quedas de oxigênio que ocorrem durante a noite colocam o sistema cardiovascular sob estresse contínuo. Mesmo que os sintomas não sejam óbvios, a SAOS não tratada pode levar a problemas cardiovasculares.
-
Pressão Arterial Elevada: Diversos estudos demonstram uma correlação clara entre a presença e a gravidade da SAOS e o aumento dos índices de pressão arterial em crianças.
-
Estresse Cardíaco: A SAOS pode causar alterações sutis na função do coração que, embora não sejam imediatamente aparentes, indicam que ele está sob estresse. Esse estresse contínuo pode comprometer a saúde cardiovascular a longo prazo.
As consequências da SAOS são sérias, mas é fundamental reforçar que elas podem ser prevenidas ou revertidas. Felizmente, existem métodos de diagnóstico precisos e tratamentos altamente eficazes.
4. O Caminho para a Melhora: Diagnóstico e Tratamentos Eficazes
Identificar e tratar a SAOS é um passo transformador para a saúde e o bem-estar da criança. O processo começa com um diagnóstico correto e segue com um plano de tratamento personalizado.
4.1. Como a SAOS é Diagnosticada Corretamente?
Embora a história clínica contada pelos pais e o exame físico sejam importantes, eles não são suficientes para confirmar o diagnóstico. O "padrão-ouro" para diagnosticar a SAOS de forma definitiva é um exame chamado polissonografia (PSG). Trata-se de um estudo do sono realizado durante uma noite, geralmente em um laboratório do sono, onde a respiração, os níveis de oxigênio, a atividade cerebral e outros sinais vitais da criança são monitorados para avaliar objetivamente a qualidade do sono e a presença de eventos respiratórios.
4.2. Principais Opções de Tratamento
Uma vez confirmado o diagnóstico, existem duas abordagens principais de tratamento que se mostraram muito eficazes em crianças.
Adenotonsilectomia (AT)
É a cirurgia para remover as amígdalas e a adenoide. Este é o tratamento primário para a maioria das crianças, especialmente quando a causa da obstrução é o aumento desses tecidos. A AT leva a uma melhora significativa na maioria dos pacientes, embora a SAOS residual possa ocorrer, afetando de 13% a 29% dos pacientes em populações de baixo risco e uma porcentagem ainda maior em crianças com obesidade.
Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP)
É uma terapia não cirúrgica que utiliza uma máscara conectada a um pequeno aparelho que fornece um fluxo contínuo de ar pressurizado. Essa pressão mantém as vias aéreas abertas durante o sono. O CPAP é muito eficaz para crianças que não melhoram com a cirurgia ou para as quais a cirurgia não é uma opção. É importante notar que estudos mostram que os pais frequentemente superestimam o tempo de uso do aparelho pela criança. Por isso, o acompanhamento médico para monitorar a adesão real é fundamental para o sucesso da terapia.
Buscar tratamento é a decisão mais importante que uma família pode tomar. A intervenção adequada não só resolve os problemas respiratórios noturnos, mas também melhora a saúde, o comportamento e a qualidade de vida geral da criança.
5. Conclusão: Uma Mensagem de Esperança
A jornada para entender e tratar a apneia do sono do seu filho pode parecer assustadora, mas a mensagem que quero deixar é de esperança e controle. Lembre-se: esta é uma condição comum e, com o diagnóstico correto, altamente tratável. Prestar atenção especial a fatores como a obesidade e buscar uma avaliação médica são os passos mais poderosos que você pode dar. O tratamento não apenas devolve noites tranquilas, mas abre caminho para um desenvolvimento mais saudável, um melhor aprendizado e uma infância mais feliz. Não hesite em procurar ajuda; a melhora na qualidade de vida do seu filho vale cada esforço.
Fonte: MARCUS, C. L. et al. Diagnosis and management of childhood obstructive sleep apnea syndrome. Pediatrics, v. 130, n. 3, p. e714–e755, 2012.